Tendências evolutivas das sociedades contemporâneas
e ao modo como interpelam a Educação e os Sistemas Educativos.
Os sistemas educativos confrontam-se, hoje, com uma
complexidade de problemas originados pelo processo de evolução e transformação
das politicas sociais, económicas, culturais e financeiras, bem como com a
dificuldade de conceber soluções em contextos de incerteza permanente.
Segundo a Lei nº46/86, lei
de Bases do Sistema Educativo Português (LBSEP) o sistema educativo
responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o
desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos,
incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e
solidários, valorizando a dimensão humana do trabalho.
No entender de
Ramos (2007), o sistema educativo deve
organizar-se de modo a poder educar os cidadãos, de acordo com as suas
características socioeconómicas e culturais, concedendo-lhes um ensino
universal proporcionando-lhes, ao mesmo tempo a igualdade de oportunidades preparando os cidadãos para a constante
mutação na inovação/evolução, do progresso tecnológico, fruto da globalização
de modo a fazer face a esse processo de
mudança.
Também
Delors (2005) acentua que “O sistema educativo
tem, por missão explícita ou implícita, preparar cada cidadão para este papel
social” .
A escola debate-se pois com várias
questões relacionadas com as mutações sociais, científicas e tecnológicas que
ocorrem a uma velocidade vertiginosa e às quais tem de dar resposta. Todavia essa
resposta é condicionada pela adaptação psicossocial dos seus intervenientes
devido às suas relações interpessoais que desenvolvem e demonstram atitudes e
competências de vária ordem, tais como: os problemas do abandono e insucesso
escolar.
Nesta altura de crise em que se vive, também já não fazsentido
pedir aos sistemas educativos que formem mão-de-obra para empregos industriais
estáveis. Trata-se, sim, de formar cidadãos para a inovação, pessoas capazes de
evoluir, de se adaptar a um mundo em rápida mudança e capazes de dominar essas
transformações.
A sociedade da informação e a sociedade da
aprendizagem estão baseadas numa nova cultura da aprendizagem em que “não é só
que o que ontem devia ser aprendido, hoje não o seja, que o que ontem era
culturalmente relevante, hoje o seja menos. Não só muda culturalmente o que se
aprende como também a forma como se aprende” (POZO, 2002, p.26, citado Ferreira
e Souza, 2010)
Referências
Bibliográficas
Dávila Calle,
Guillermo Antonio & Da Silva, Edna Lucia, 2008, Inovação no contexto da
sociedade do conhecimento, Revista TEXTOS de la CiberSociedad, 8. Temática
Variada. Disponible en http://www.cibersociedad.net
DELORS, J. (Coord.) (2005). Educação:
um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional
sobre Educação para o século XXI (9.ª Edição). Porto: Edições Asa.
Ferreira, Amanda de Oliveira & Souza, Maycon Jefferson José (2010), A redefinição do papel da escola e do
professor na sociedade atual, VÉRTICES,
Campos dos Goytacazes/ RJ, v.12, n.3, p.165-175, set./dez. disponível em https://www.google.pt/#q=A+redefini%C3%A7%C3%A3o+do+papel+da+escola+e+do+professor+na+sociedade+atual
RAMOS, C. (2007). Aspectos contextuais dos Sistemas Educativos.
Lisboa: Universidade Aberta.
RAMOS, C. (2001). "Tendências evolutivas das sociedades
contemporâneas", in Os processos de autonomia e descentralização à luz das
teorias de regulação social: o caso das políticas públicas de Educação em
Portugal (Tese de Doutoramento). Monte de Caparica: FCT/UNL.
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