sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As novas tecnologias/ novas metodologias ao serviço da educação




 

 

Nos tempos que correm as novas tecnologias associadas aos meios de comunicação, nomeadamente a  Internet constituem hoje um recurso vulgarmente utilizado por alunos, professores e outros, como forma de complemento das suas atividades de pesquisa, de partilha e divulgação de informação. Ambos possibilitaram desta forma a abertura de novos caminhos para a aprendizagem on-line obrigando-nos a repensar os tempos, diversificando espaços e momentos de formação. Como refere   Moran (2005) ensinar e aprender, hoje não não está circunscrito  apenas ao espaço de uma sala. Implica modificar o que fazemos dentro e fora dela, de forma presencial e virtual, organizar ações de pesquisa e de comunicação que possibilitem continuar a aprender em ambientes virtuais, acedendo a páginas na internet, pesquisando textos, recebendo e enviando novas mensagens, discutindo questões em fóruns ou em salas de aula virtuais, divulgando pesquisas e projetos” (p.74).

Desta forma surge uma nova metodologia, especialmente ao nível superior, a metodologia b-learning (sistema misto – presencial e a distância) posiciona-se como mais uma alternativa facilitando uma aprendizagem a qualquer hora, em qualquer local e em toda a parte (any time, any place, anywhere).

B-learning, é por conseguinte  uma metodología que incluí uma vertente não presencial  e outra presencial, combinando-as num só tipo. Desta forma, o aluno pode tirar  todo o proveito das ferramentas e documentos multimédia  que são colocados on-line pelo docente com a segurança e conforto de ter também regularmente, o professor na sala de aula.

Segundo Pimenta, (2003) a metodologia de blended learning surge como um processo de formação que combina métodos e práticas de ensino presencial e de e-learning. A tendência atual fundamenta-se numa aprendizagem híbrida (Blended Learning) e o e-Learning, complementado com atividades presenciais. Por sua vez Hofmann, (2001) adianta que a tendência hoje, sugere a utilização de soluções híbridas (Blended Learning combinando os benefícios da independência temporal e espacial com os benefícios da aprendizagem em contexto tradicional (sala de aula). Por sua vez Reis e Capitão, (2003), consideram que, enquanto algumas perspetivas encaram o b-Learning como uma combinação de modalidades de aprendizagem ou meios de distribuição de conhecimento, outros consideram-no simplesmente uma mistura de métodos de aprendizagem. (Sands 2002) consideram-no ainda como uma complementaridade online face à tradicional instrução presencial ou face-a-face .

 

De acordo com  Graham, cit .por  Monteiro et al (2013:22), há seis razões para a crescente utilização da metodologia de blended Learning, no Ensino Superior (ES), tais como: riqueza pedagógica, acesso ao conhecimento, interação, personalização, custos e facilidade de revisão.
Por conseguinte, a integração de tais ferramentas na sala de aula, vai depender e em muito, da capacidade dos professores, para estruturarem os novos ambientes de aprendizagem, fundir as novas tecnologias com as novas pedagogias de forma a desenvolver salas de aula virtuais, mais ativas, estimulando a interação, cooperativa, a aprendizagem colaborativa e o trabalho de grupo. Por conseguinte esses ambientes requerem por parte dos docentes, novas competências que incluam formas inovadoras de utilização das Tic, com vista a a melhorar a aprendizagem, incentivando a alfabetização tecnológica e aprofundar a aquisição de conhecimento.
Parafraseando Amarilla (2008), ensinar em ambientes digitais e interativos de aprendizagem significa: organizar situações de aprendizagem, planejar e propor atividades; disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens; ter um professor que atue como mediador e orientador do aluno, procurando identificar suas representações de pensamento; fornecer informações relevantes, incentivar a busca de distintas fontes de informações e a realização de experimentações; provocar a reflexão sobre processos e produtos; favorecer a formalização de conceitos; propiciar a inter aprendizagem e a aprendizagem significativa do aluno. (2008, p. 335)


    Referências bibliográficas
AMARILLA, Porfírio. Educação e a cultura da informática. Revista Eletrônica de Educação. UFSCAR, 2008.

Blended learning Pasado /presente e futuro
 http://www.slideshare.net/nelasport/blended-learning-2003016

Monteiro, Angélica et al, (2013) Blended Learning em contexto educativo, perspetivas teóricas e práticas de investigação, DEFACTO Editores, 2013
Moran J. M (2005). A Pedagogia e a Didática da Educação on-line (pp. 67-93) in: Silva, R. V. e Silva, A. V. (org.) (2005). Educação, aprendizagem e tecnologia: um paradigma para professores do séc. XXI. Lisboa: Associação Portuguesa para a Gestão do Conhecimento e Edições Sílabo.
PIMENTA, Pedro (2003). Processos de Formação Combinados. Porto: Sociedade Portuguesa de Inovação, S.A. [ISBN: 972-8589-26-3 - Versão eletrónica, online <http://bit.ly/KOmiti>
acedido e consultado em 24 de novembro de 2013.
REIS LIMA, Jorge e CAPITÃO, Zélia (2003). e-Learning e e-Conteúdos: Aplicações das teorias tradicionais e modernas de ensino e aprendizagem à organização e estruturação de ecursos. V. N. Famalicão: Centro Atlântico, Lda.

SANDS, Peter (2002). “Inside Outside, Upside Downside: Strategies for Connecting Online and
Face-to-Face Instruction in Hybrid Courses”. In Teaching with Technology Today.

 

 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013


Tendências evolutivas das sociedades contemporâneas e ao modo como interpelam a Educação e os Sistemas Educativos.

 

Os sistemas educativos confrontam-se, hoje, com uma complexidade de problemas originados pelo processo de evolução e transformação das politicas sociais, económicas, culturais e financeiras, bem como com a dificuldade de conceber soluções em contextos de incerteza permanente.

Segundo a Lei nº46/86, lei de Bases do Sistema Educativo Português (LBSEP) o sistema educativo responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários, valorizando a dimensão humana do trabalho.

No entender de  Ramos (2007), o sistema educativo deve organizar-se de modo a poder educar os cidadãos, de acordo com as suas características socioeconómicas e culturais, concedendo-lhes um ensino universal proporcionando-lhes, ao mesmo tempo a igualdade de oportunidades  preparando os cidadãos para a constante mutação na inovação/evolução, do progresso tecnológico, fruto da globalização de modo a  fazer face a esse processo de mudança.

Também  Delors (2005) acentua que “O sistema educativo tem, por missão explícita ou implícita, preparar cada cidadão para este papel social” .

A escola debate-se pois com várias questões relacionadas com as mutações sociais, científicas e tecnológicas que ocorrem a uma velocidade vertiginosa e às quais tem de dar resposta. Todavia essa resposta é condicionada pela adaptação psicossocial dos seus intervenientes devido às suas relações interpessoais que desenvolvem e demonstram atitudes e competências de vária ordem, tais como: os problemas do abandono e insucesso escolar.

Nesta altura de crise em que se vive, também já não fazsentido pedir aos sistemas educativos que formem mão-de-obra para empregos industriais estáveis. Trata-se, sim, de formar cidadãos para a inovação, pessoas capazes de evoluir, de se adaptar a um mundo em rápida mudança e capazes de dominar essas transformações.

A sociedade da informação e a sociedade da aprendizagem estão baseadas numa nova cultura da aprendizagem em que “não é só que o que ontem devia ser aprendido, hoje não o seja, que o que ontem era culturalmente relevante, hoje o seja menos. Não só muda culturalmente o que se aprende como também a forma como se aprende” (POZO, 2002, p.26, citado Ferreira e Souza, 2010)

 

 


Referências Bibliográficas

Dávila Calle, Guillermo Antonio & Da Silva, Edna Lucia, 2008, Inovação no contexto da sociedade do conhecimento, Revista TEXTOS de la CiberSociedad, 8. Temática Variada. Disponible en http://www.cibersociedad.net

DELORS, J. (Coord.) (2005). Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (9.ª Edição). Porto: Edições Asa.

Ferreira, Amanda de Oliveira & Souza,  Maycon Jefferson José (2010),  A redefinição do papel da escola e do professor na sociedade atual,  VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/ RJ, v.12, n.3, p.165-175, set./dez. disponível em https://www.google.pt/#q=A+redefini%C3%A7%C3%A3o+do+papel+da+escola+e+do+professor+na+sociedade+atual

RAMOS, C. (2007). Aspectos contextuais dos Sistemas Educativos. Lisboa: Universidade Aberta.

RAMOS, C. (2001). "Tendências evolutivas das sociedades contemporâneas", in Os processos de autonomia e descentralização à luz das teorias de regulação social: o caso das políticas públicas de Educação em Portugal (Tese de Doutoramento). Monte de Caparica: FCT/UNL.

 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
                   António Machado